Meliponicultura no Território Indígena do Xingu

Instituto Socioambiental, 2008-2016

Um dos nossos primeiros projetos, em consultoria para o Instituto Socioambiental (ISA), a implementação da meliponicultura no Território Indígena do Xingu (TIX) foi um processo que durou, com a participação direta da Reenvolver, de 2008 a 2016. Tinha o objetivo de difundir meliponários, ampliar a escala de produção do mel de abelhas nativas no TIX e proporcionar uma fonte alternativa de geração de renda.

Envolvendo os povos Kawaiweté, Yudjá e Panará - e dezenas de espécies de abelhas daquele rico território de transição entre o Cerrado e a Amazônia - ao longo destes oito anos o projeto passou por várias fases.

Iniciamos testando a adaptação das abelhas em alguns modelos de colmeia, sua capacidade de multiplicação e formas de lidar com os inimigos naturais. A seguir, planejamos e ajustamos o calendário de manejo, organizando de forma clara todas as atividades que devem ser realizadas ao longo do ano. A partir do terceiro ano, já com alguns meliponários estruturados, passamos a nos dedicar aos produtos, testando diferentes métodos de lidar com o mel até chegar na definição de um sistema adequado de colheita e beneficiamento.

Apesar do êxito no desenvolvimento de um sistema produtivo compatível com a realidade do Xingu, uma série de desafios de gestão acabou não concretizando a expectativa inicial de acesso ao mercado externo para geração de renda. Mesmo assim, podemos afirmar que a cadeia de valor do mel de nativas foi estabelecida no TIX: até hoje, muitos meliponários seguem ativos, especialmente entre os Kawaiweté, produzindo mel para consumo e comercialização interna.

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